Coronavírus e Marketing: 5 mudanças que vão acontecer nos próximos meses

Em 30 dias o mundo mudou. Um novo vírus que representa uma ameaça grave à saúde pública foi descoberto e está no ar.

Os infectados e os mortos já se contam aos milhares, sistemas de saúde pública entram em colapso no mundo todo.

O cenário tem ares apocalípticos, algo que há três meses ninguém imaginava que iria acontecer.

Este fato novo obrigou a maior parte dos países a tomar decisões drásticas.

A mais forte delas foi a de impedir a circulação de pessoas, sem uma perspectiva exata de quando elas podem voltar ao convívio normal.

Isto afetou profundamente toda a sociedade. E a estimativa é que toda a população viva em uma estágio de quarentena por um período que pode chegar a seis meses.

Neste contexto, negócios vão falir. Desemprego vai subir. E a sociedade como um todo vai precisar se moldar a esta nova época.

A tão falada transformação digital terá de ser feita à força.

Com menos circulação de gente nas ruas, maior vão ser as compras em e-commerces, os pedidos em apps de comida, a relação da audiência com conteúdo produzido por marcas e influenciadores.

O comportamento do consumidor vai mudar neste período e talvez essa mudança seja de uma forma tão intensa que não volte à forma que era antes.

É uma nova época chegando e ninguém sabe exatamente o que ela vai acontecer.

Essa crise de saúde vai vir acompanhada de uma crise econômica, que deve durar mais tempo e será especialmente cruel para quem não se adaptar.

E por adaptar, leia-se entender para onde o mercado vai, aprender com ele e, se for o caso, mudar completamente a natureza do seu negócio.

Pensando nisso, listei algumas das tendências que acredito que serão fortes nos próximos meses.

O varejo físico vai migrar para o varejo online

Com o comércio fechado, o hábito de consumo vai migrar à força para o online. Em 2019, por exemplo, o varejo digital cresceu mais de 16%. Pós crise, este crescimento deve ser acelerado.

E, na internet as regras do jogo são um pouco diferentes.

A venda online depende de fatores como o trabalho de marketing digital (mídia online + redes sociais + SEO), a política de preços das lojas, a velocidade do frete e, por fim, a confiabilidade da empresa ou a força da sua marca.

Marketplaces como OLX, Mercado Livre, Magazine Luiza e a própria Amazon devem crescer porque já oferecem uma estrutura mínima para pequenos varejistas.

Mas é sempre bom que pequenos negócios se dediquem a montar os próprios e-commerces para não ficar na mão dessas empresas.

Traçar uma estratégia clara para a migração de uma operação offline para o online pode ser complicado, mas é essencial para quem quer sair vivo da crise que se anuncia.

O comportamento de consumo em restaurantes vai mudar

Uma das características da crise do Coronavírus é que além de obrigar as pessoas a ficar em casa, ela deve promover uma mudança de comportamento: a partir dela, o público deve evitar aglomerações.

Ou seja, restaurantes e bares que frequentemente lotavam devem ser especialmente afetados pela crise.

O virologista Átila Iamarino, em entrevista ao programa Roda Viva, apostou que esta tendência a se evitar aglomerações deve perdurar por muito tempo. Ou até, pelo menos, quando a ameaça dessa pandemia for extinta.

E a melhor aposta para a extinção dela é de, no mínimo, 1 ano.

Isso vai fazer com que produtos que são consumidos nesses ambientes passem a ser mais consumidos em casa. Tendência que fortalece o delivery e a a interação digital da marca com consumidores.

O mercado vai ter de se adaptar para isso.

Da mesma forma que o varejo, a migração vai exigir de empreendedores mudanças na forma como enxergam o negócio e como fazem marketing.

Por exemplo, nunca foi tão importante ter ou fazer parte de um aplicativo de delivery.

A presença digital para um restaurante ter sucesso no mercado de pedidos online vai precisar ser melhor trabalhada.

Ideias que alinhem produção de conteúdo com uma plataforma de venda desses produtos (e até de criação de novos produtos) vão precisar ser melhor trabalhadas.

O trabalho de mídia online para este segmento nunca foi tão importante.

Aumento na produção de conteúdo online

A consultoria de performance Wordstream publicou recentemente dados em seu blog que apontam duas coisas:

  • O tráfego na web aumentou em 50% nos EUA desde a crise do Coronavírus;
  • Os canais de tráfego mais afetados foram o Youtube, o Google Display Network com aumentos de 21% e 13% respectivamente.

Esses dados apontam para a mesma tendência: as pessoas passaram a consumir mais conteúdo online no Youtube e em blogs (Google Display Network).

A consultoria não traz dados sobre redes sociais, mas é de se esperar que fenômeno parecido ocorreu.

Ou seja, com mais tempo em casa, as pessoas consomem mais conteúdo online. É o momento perfeito para tirar do papel aquela ideia de blog ou de videoblog, ou investir numa produção de conteúdo mais consistente para a sua marca.

Claro que produzir conteúdo não é algo fácil, ele leva em conta fatores como:

  • Entender bem o comportamento da persona;
  • Autoridade da fonte de conteúdo;
  • Autenticidade do que é produzido.

De qualquer forma, esse é o melhor momento para investir em iniciativas nesta área. Quem fizer primeiro (e fizer melhor) vai ter uma bela vantagem competitiva.

Maior procura por estratégias de mídia online

Estratégias de mídia online, mais especificamente Facebook Ads e Google Ads, já não são novidades no mercado.

Embora para a maior parte dos empreendedores elas ainda sejam um mistério, muita gente já as usa para conquistar novos clientes de forma barata e consistente.

Agora, elas devem ser ainda mais procuradas.

Um dos efeitos da quarentena e do fato de as pessoas ficarem mais tempo dentro de casa é que não haverá mais tanto espaço para mídias como busdoor, outdoor, placas, panfletos, dentre outros.

A competição, basicamente, será entre estratégias de mídia online e os anúncios para televisão aberta. Por ainda serem mais baratas que a segunda opção, elas devem predominar em negócios de pequeno e médio porte.

Para os grandes negócios, estratégias que alinham televisão ao online vão ganhar ainda mais força.

Acontece que anunciar online é bem diferente de anunciar offline.

Primeiro porque exige conhecimento técnico das plataformas de anúncio, algo ainda restrito a poucos profissionais da área de marketing digital.

Segundo que são mais eficientes quando a marca já tem presença digital formada e boa produção de conteúdo – coisa ainda rara.

Ou seja, negócios vão precisar mudar sensivelmente para terem maior sucesso na captação de novos cliente. Isso, que já era importante, vai virar obrigatório.

Anúncios de mídia online mais caros

Se, por um lado, a mídia online deve ser mais procurada como canal de marketing para pequenas e médias empresa, por outro, os anúncios nessas plataformas devem ficar mais caros.

Isso porque Google Ads e Facebook Ads operam sob o modelo de leilão. Grosso modo, o custo do anúncio é definido por uma equação que envolve a quantidade de anunciantes para determinado público, além da qualidade geral do anúncio.

Se mais gente anunciar online, mais caro esses anúncios ficam. Isso vai obrigar as marcas a fazer as seguintes ações:

  1.  Buscar constantemente novos canais de mídia online;
  2. Trabalhar com mais força canais orgânicos de aquisição de tráfego (mais notadamente as estratégias de SEO);
  3. Investir em conteúdo relevante/viral para redes sociais;
  4. Traçar estratégias mais fortes de e-mail marketing e de marketing conversacional (WhatsApp e Telegram).

Ou seja, desenhar e executar uma boa estratégia de marketing digital vai tornar mais complexo na medida em que a competição vai ficar ainda mais acirrada.

Vence quem sair na frente e quem for mais criativo na corrida.

Você está preparado?


A crise da Covid-19 vai, definitivamente, mudar a forma como consumidores se comportam, como negócios são desenhados e como se faz marketing.

Daqui para a frente, a única certeza que há é que o mundo não será mais o mesmo.

Profissionais de marketing e empreendedores vão precisar se adaptar a uma nova forma de atuar e quem sair primeiro, sai na frente.

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