O que eu aprendi escrevendo para blogs durante 13 anos

Imagem mostra notebook, bloco de notas e café

Desde que comecei a minha vida escrevendo para blogs, quando a internet ainda não era o fenômeno que é hoje, ali por volta de 2004, um tema sempre me despertou interesse: quais as características objetivas que fazem um texto ser mais lido do que o outro?

Eu lembro que sempre brincava com os amigos, dizendo que muitas vezes investia tempo com pesquisa e redação sobre um assunto que eu achava legal e, quando postava, a reação era mínima.

Às vezes, um tema que eu nem dava tanta bola, publicava quase sem querer, fazia explodir o acesso aos meus sites.

Para mim, isso não fazia sentido e eu acreditava estar diante de um mistério difícil de resolver. Mas a medida que minha carreira profissional avançou, comecei a ter alguns insights a respeito do tema.

Não existem fórmulas mágicas

Na faculdade de jornalismo, essa minha obsessão por entender qual conteúdo era segredo do sucesso ficou ainda maior.

Afinal, no jornalismo, sobretudo online, a produção é contínua e alguém ali deveria saber quais os valores objetivos que fazem um texto fazer sucesso.

Fui levado a acreditar, por conta de alguns professores e das leituras da época, que o caráter veloz do jornalismo atual era o problema.

O ponto negativo, segundo a minha concepção de estudante, era a noção de pirâmide invertida e texto excessivamente objetivo. Eles supostamente matavam o interesse do leitor e ignoravam o prazer da leitura.

A solução estava no literário, em textos com elementos da literatura e do storytelling.

Como li muito Gay Talease, Hunther Thompson, Garcia Marquez, tentei – toscamente, diga-se – copiar meus heróis em alguns estágios que passei a nas publicações onlines que escrevia.

Resultado? Um fiasco.

Uma porção de textos recheados com narizes de cera que não fazia com que mais leitores se interessassem por eles. Uma frustração na vida de um estudante de jornalismo idealista e que, felizmente, não demorou para que eu percebesse.

Não há como ser literário quando a pressão da “hard news” é alta, ou quando o valor central da pauta está numa informação rápida, que deve ser dada em uma linha. Tentar ser literário ali é criar uma barreira a mais para o leitor chegar no essencial do texto.

E ninguém gosta de barreiras.

Mesmo com essa ponderação, entendi que o sentido literário de um texto – seja uma notícia, seja uma postagem em blog – deve ser usada em pautas que visam o interesse humano ou o despertar de emoções.

Mesmo assim, eles tem de ser bem objetivos. Sempre.

Testar e errar – sempre

Quando iniciei o trabalho no Apartamento 702, tive o privilégio de ter um laboratório de conteúdos onde testei – e medi – de tudo e o que me permitiu chegar a algumas conclusões.

O jornalismo, embora ensine algumas coisas a respeito de audiência e muitas sobre texto, é dotado de um problema crônico: os profissionais pensam demais em outros jornalistas e pauteiros quando decidem planejar o conteúdo de uma publicação.

Nas experiências das redações que passei, sentia que os formatos de textos eram engessados e que o interesse do leitor, às vezes, negligenciado.

Quando passei a editar meu próprio site, comecei a fazer experiências que me levaram a lugares bem conhecidos por quem trabalha no marketing de conteúdo. Isso antes dos vários cursos que fiz para me especializar na área de marketing digital.

Isso me levou a entender sobre como o fluxo de conteúdo pode ser otimizado para esse universo novo de internet, redes sociais e relação mais próxima com os usuários.

Posso listar alguns dos insights que tive nos 7 pontos abaixo.

1 – Sempre pensar e escrever com os olhos e a cabeça do leitor;

2 – Contexto é importante. A pauta, o título e o primeiro parágrafo têm de deixar claro o nicho que você quer atingir. Ele precisa ser sempre próximo do interesse do leitor;

3 – Trabalhar com emoções é importante, mas deve ser feito com cautela e depende da pauta que ser queira trabalhar;

4 – Não importa o tamanho do texto. Importa é que ele seja envolvente e, principalmente, útil ao leitor.

5 – Leitores amam conteúdos educativos, que ajudam a resolver problemas reais.

6 – Contexto, aproximação e opinião pessoal tendem a ter uma performance melhor;

7 – Trabalhar com imagens é essencial e a escaneabilidade ajuda na leitura em tela;

Produzir bom conteúdo envolve testar e medir… Sempre

A conclusão geral é que um bom conteúdo depende do público para qual aquele texto se direciona e da quantidade de informações ou de sentimentos que você quer passar com isso tudo.

Entender o público alvo, planejar bem o conteúdo e, depois, medir o resultado e otimizar o processo. Este é o processo que te garante ter sucesso na sua estratégia de conteúdo. É trabalhoso, mas os resultados virão.

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